Olá piloneros!
Estou a acompanhar esta discussão com muito agrado.
Como sabem, por motivos de força maior, tenho estado um pouco afastado do pylon. Ajudo quando posso, limitando-me a dar algum apoio nas provas e à rapaziada que me contacta.
Há alguns meses, a FPAm pediu à Comissão Técnica de F3D (CTF3D) uma proposta de revisão e actualização dos regulamentos nacionais das classes de pylon racing, a aprovar ainda em 2010, para entrar em vigor em 2011.
As propostas para os novos regulamentos já foram elaboradas e entregues à FPAm, aguardando apenas as correcções que eventualmente sejam necessárias e posterior aprovação.
Esta revisão inclui três documentos:
Tabela comparativa das classes de pylon racing (apenas informativo);
Proposta para regulamento da classe F3DN (Q500 Nacional, equivalente á EuroCup Q500);
Proposta para regulamento da classe F3DI (Q500 Iniciados).
Até que os regulamentos definitivos sejam publicados, os documentos em discussão podem ser consultados aqui:
http://www.f3dracing.com/files/Tab_classes_F3D.pdf
http://www.f3dracing.com/files/Reg_F3DN_novo.pdf
http://www.f3dracing.com/files/Reg_F3DI_novo.pdf
É acerca desta nova regulamentação que passo a tecer alguns comentários.
Depois de muitas tentativas frustradas ao longo destes anos de pylon racing, ainda não conseguimos encontrar a fórmula mágica para captar o interesse de mais adeptos para a modalidade, de forma a manter um fluxo regular de praticantes na classe de iniciação e posterior subida ás classes mais rápidas.
Já ouvimos mil desculpas, todas elas muito respeitáveis: não gostam de competição, não tem tempo, acham que é caro, têm medo da velocidade, não gostam dos regulamentos, não gostam de alguám, não estão para se chatear, etc, etc, etc.
É claro que o pylon racing, tal como qualquer outra actividade desportiva, implica custos, trabalho, dedicação, estudo, treino e muito mais, mas sobretudo, VONTADE.
Quem REALMENTE QUER experimentar o pylon racing, pega no trainer com que voa todos os fins de semana, monta um hélice adequado e junta-se ao grupo. Se não gostar, é pena, mas é natural que nem todos gostemos das mesmas coisas, se gostar, óptimo, é isso nós queremos e estamos cá para ajudar.
Actualmente, temos um bom grupo de resistentes, completamente viciados na adrenalina e ligados pela amizade que entretanto se consolidou, de vez em quando refrescados com umas caras novas para alegrar a festa.
Com calma e paciência, se continuarmos a manter o ambiente de desportivismo alegre e saudável que temos nas provas (e fora das provas...), não será pela regulamentação que os modelistas interessados no pylon racing deixarão de tornarem praticantes.
O mais importante é que os candidatos sintam que são parte de um grupo que para além de gostar de praticar pylon racing, é capaz de resolver as questões e as diferenças de opinião de forma construtiva e está sempre pronto a ajudar o colega. Todos o fazemos, quantas vezes sacrificando interesses próprios.
Cada um é que define os seus objectivos e sabe até onde é que quer chegar. Nem todos tem recursos para chegar até à F3D-FAI, mas é possível praticar pylon racing rápido e altamente competitivo com recursos moderados na F3DN / EuroCup Q500. Quem se contenta em aquecer o trainer de vez em quando, pode sempre dar umas voltinhas nos iniciados.
Para 2011, propomos manter as duas classes Q500 de âmbito nacional, uma compatível com a EuroCup Q500 (F3DN) e uma classe de iniciação com Q500 lentos, aberta a trainers e a motores até .46.
A F3DN tem o regulamento adaptado ao da EuroCup, apenas com a restrição do máximo de dois modelos e dois motores inscritos por piloto e por prova, nas provas de campeonato Nacional.
Na F3DN será possível voar qualquer Quickie em madeira ou compósitos e motores de carburador ou venturi até 12 mm de diâmetro, com hélices em nylon ou carbono de diâmetro 8,75 ou superior.
Sendo uma classe de transição entre os iniciados e a FAI, a F3DN deve ter custos moderados, com andamentos e exigências técnicas que realmente contribuam para preparar os concorrentes para a F3D-FAI.
Os pilotos iniciados treinam, competem e ganham experiência para mais tarde subir a esta classe e é também nesta classe que os pilotos experientes devem competir, independentemente de praticarem F3D-FAI ou não.
Confesso e admito que me sinto mal a voar um NELSON ao lado de um MVVS. É INJUSTO.
Este é o reino dos Q500 com aerodinâmica aperfeiçoada e dos motores Nelson, Jett, Profi e similares.
Intervalo nos regulamentos para alguns comentários acerca dos MVVS.
É verdade que o fim da produção dos motores Quickie da MVVS nos deixou sem alternativas nos motores de baixo custo, mas todos sabemos que a qualidade destes motores se degradou muito quando os preços começaram a baixar.
O que é que se pode esperar de um motor destes por menos de 100 Euro? Milagres?
Será que perdemos a noção do significado da relação preço-qualidade e procuramos a todo o custo comprar galinha gorda por pouco dinheiro?
Nenhum fabricante é burro ao ponto de fabricar um motor de altas prestaçães a este preço...
Fabricar um bom motor custa muito dinheiro.
A F3DI tem algumas limitaçães que ajudam a manter custos reduzidos e velocidades adaptadas à iniciação.
Para agravar ainda mais a falta de motores .40 Quickie de baixo custo, grande parte dos fabricantes está a descontinuar a produção dos motores .40, em favor dos .46 que actualmente são montados na maioria dos trainers.
Para que esta classe permaneça aberta ao voo com trainers, é necessário adaptá-la ao material que os modelistas utilizam regularmente. Deste modo, a classe de iniciados (F3DI) passa a estar aberta a motores até .46.
Para limitar as velocidades e adequar os motores aos andamentos, o regulamento proposto obriga à utilização de carburadores com venturi até 9 mm de diâmetro e hélices em nylon adaptados à cilindrada do motor: (APC 9x6 tipo C-2 para motores até .40 e APC 10x7 tipo C-2 para motores até .46).
Todas as classes voam com combustível 80/20 e podem utilizar tanques normais ou bubless.
A utilização de tanques bubless ajuda a proteger os motores e não tem efeito directo na potência debitada, pelo que não se compreende que possam ser objecto de proibição em qualquer uma das classes.
É nesta parte do post que passo a fazer algumas sugestões.
E que tal se fizermos um esforço para que os piloneros NÃO INICIADOS troquem os MVVS, Rossis e semelhantes por verdadeiros Q500 puro sangue do tipo Nelson, Jett, Profi, IR e similares?
Deste modo, teremos um campeonato F3DN à séria, mais justo e mais competitivo, sem aqueles MVVS e Rossi com voltas de atraso que me deixam sempre com um nó na garganta.
Assim, os nossos MVVS e Rossi que até já estão rodados e afinados, podem ser dispensados à rapaziada da iniciação a preços de material usado. Entre todos, temos motores para um batalhão de iniciados.
Será possível termos classes e regulamentos iguais em Portugal e Espanha, para podermos organizar em 2011 três campeonatos nas várias classes (Campeonato Nacional de Portugal, Campeonato Nacional de Espanha e Campeonato Ibérico)?
Abraço,
Marcelo
Go fast and... cut the pylon!